CL Reborn
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Led de Coma Berenices

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Mensagem por Led de Coma Berenices Sáb Set 23, 2017 11:55 pm
Nome: Led

Idade: Desconhecida

Sexo: Masculino

Local de Nascimento: Desconhecido

Armadura: Armadura de Bronze de Coma de Berenice

Aparência: Aparentando cerca de 20 anos, Led possui a pele branca como a neve, que contrasta interessantemente com seus cabelos escuros dispostos de maneira a ficarem jogados para trás da orelha. Seus olhos, de cor próxima ao mel, lhe conferem um poder quase hipnótico em relação a outras pessoas. Mede um metro e oitenta centímetros e pesa setenta e cinco quilos, distribuídos muito bem em massa muscular, o que lhe confere um porte físico de um atleta. Possui uma cicatriz no interior de seu braço esquerdo, que vai do seu pulso até a altura do cotovelo. Em suas costas possui uma tatuagem feita em forma de escarificação (feita diretamente na pele por algum objeto cortante), que diz “Ordo ab Chao”, o equivalente em latim a “ordem a partir do caos”.

Psicológico: Apesar de desconhecer sua história e suas motivações, Led é extremamente calmo e retido. Prefere ficar quieto e ouvir ao invés de falar. Possui uma grande habilidade de percepção espacial e pessoal, o que lhe garante quase sempre uma leitura eficiente da linguagem corporal das outras pessoas, assim como lhe confere uma capacidade de não demonstrar suas emoções. Possui um senso próprio de justiça e é avesso a receber ordens, ainda que respeite hierarquias.

Habilidade: Gravitocinese

Led possui a habilidade de influenciar partículas gráviton, que é a particular elementar responsável pelas forças gravitacionais. Dessa forma, Led pode sentir a existência dessas partículas ao seu redor como um ser humano normal sente a luz do sol bater na pele. Como grávitons estão por todos os lugares onde existe uma ação de forças gravitacionais, o domínio dessa habilidade e o alcance de suas técnicas dependem do grau de avanço cósmico de Led. Com o uso dos grávitons, Led pode amortecer quedas alterando a força das partículas ao seu redor, impulsionar o peso de seus golpes com o aumento da aceleração local de seus punhos ou pernas e também pode alterar a ação das forças gravitacionais em adversários, aumentando ou diminuindo-as.


História:

1990 – Estreito de Skagerrak, Noruega.

   O estreito de Escagerraque, ou Skagerrak em norueguês, é um estreito situado ao sul da Noruega conhecido por ser a única passagem entre o Mar do Norte e o Mar Báltico. Sua profundidade pode chegar a 700m perto da costa, o que o torna um excelente local para a busca de artefatos antigos valiosos. É por isso que muitas pessoas visitavam suas cavernas anualmente, e era por isso que duas pessoas em específico se encontravam em uma delas.    - Então é aqui? – Um homem perguntou a seu companheiro, enquanto segurava uma lanterna. Ele estava diante de uma pequena porta de ferro redonda, de cerca de um metro de diâmetro, com uma manivela circular já oxidada – Não parece tão incrível assim.    - Tem que ser. Esperei minha vida toda por isso.    Os dois se encontravam em uma das cavernas mais conhecidas pelos caçadores de artefatos. Tinha o infame nome de Dødsgrotte (algo como “gruta da morte” em norueguês). O nome se dava não apenas pela antiga tradição dos nórdicos de enterrar os pertences de seus entes queridos com eles, o que derivava numa prática de jogar os pertences dos entes no mar, quando não havia corpo para enterrar, fazendo-os, invariavelmente, serem depositados em cavernas no fundo do mar graças à correnteza.     A gruta também tinha esse nome porque, de todos os caçadores de artefatos que estiveram lá, menos da metade saiu viva. Os corpos dos que não voltaram nunca foi encontrado e, estranhamente, os que saíram com vida nunca presenciaram nada de estranho no local. As causas de morte foram dadas, portanto, como causas comuns em situações como essas, como afogamento, infecções e ferimentos.    - O que devemos fazer agora, Luke? – O primeiro homem perguntou. Sua expressão, somada à fraca luz das duas lanternas, lhe conferia um semblante de assustado, num espectro sombrio e obscuro que contrastava muito bem com o semblante de seu companheiro, que acabara de botar a mão sobre seu ombro.     - Não se preocupa, Tom – Luke segurava firme o ombro de Tom de maneira a lhe transmitir confiança enquanto sorria de maneira contida. – Vai dar tudo certo.     Tom acariciou a mão de Luke e respirou para tentar se acalmar. Esse não era seu sonho, mas com certeza era o sonho de seu companheiro, com quem estava junto há três anos. Desde o início de seu relacionamento, eles conversavam sobre tudo, e foi assim que Luke lhe expôs seu projeto de achar um antigo artefato que, segundo ele, conferia poderes místicos a quem o portasse.    - Mas isso não existe! – Tom respondeu naquela época, com um leve sorriso de escárnio. – De que tipos de poderes místicos estamos falando?    Mas Luke não sabia. Tudo o que ele sabia é que antigas escrituras encontradas em ruínas na Grécia diziam que quem portasse o artefato teria poderes nunca antes compreendidos pelo homem. Ele acreditava nisso. Algo em seu âmago lhe dizia para ir atrás desse artefato misterioso. Algo lhe dizia que ele o encontraria um dia.    Agora os dois homens estavam de frente para uma pequena porta de ferro completamente oxidada. A umidade no local era altíssima, o que o tornava quente e abafado. Como sempre foi prevenido, Tom levara kits de primeiros socorros e cilindros extras de oxigênio. O caminho de ida é longo, mas o da volta é sempre maior.    Luke pegou um pé-de-cabra que levara consigo e tentou forçar a porta. Em vão. A portinhola parecia estar há bastante tempo fechada e ao que tudo indicava, não tinha intenções de abrir por nenhum motivo. Mas isso já era esperado. Luke sempre acompanhou seu pai em escavações e caças a tesouros e sabia das dificuldades, foi assim que eles fizeram fortuna. Enriqueceram encontrando artefatos valiosos e misteriosos nos mais distintos sítios de exploração espalhados pelo mundo. Uma vez encontraram, para surpresa de ambos, uma estátua Inca no meio de uma pedreira na Sibéria. Nunca souberam explicar como a estátua foi parar lá, mas não deram mais atenção quando viram que poderiam vendê-la por milhões no Mercado Negro.    O suor escorria pela testa de Luke enquanto ele forçava o pé-de-cabra na portinhola oxidada. Ele sabia que se tentasse forçar a manivela circular poderia quebrá-la, e isso significaria o fim da linha para eles. Mas ele sempre se preparou em expedições como essa, dessa vez não seria diferente.    - Essa merda não vai abrir – disse ele virando-se para Tom e apontando para a mochila impermeável que havia trazido junto. – Pega o muriático pra mim, Tom?    “Muriático”, como ele chamava, era um composto feito basicamente a base de ácido clorídrico. Um composto feito especialmente para remover quimicamente a corrosão de objetos de feitos de metal. Era o mais potente que se poderia encontrar no mercado, apesar de extremamente tóxico e perigoso de ser manuseado por pessoas inexperientes.    Tom pegou o frasco com cuidado dentro da mochila e antes de se afastar, entregou para Luke, que o abriu com cuidado, procurando não respirar o vapor que saía. Luke olhou para Tom e lhe deu um sorriso confiante antes de virar-se de volta para a portinhola. Despejou uma parte do ácido nas dobradiças da portinhola e o restante na manivela. Imediatamente o ácido começou a surtir efeito e Luke se afastou. A fumaça que saía dali era centenas de vezes mais tóxica que a fumaça do ácido puro.    Eles aguardaram alguns minutos até que o ácido parasse de dissolver a ferrugem por completo. A apreensão de Luke e Tom aumentava à medida que o tempo passava. Seus corações batiam mais forte pois sabiam que estavam perto de abrir aquela porta e, o que quer que estivesse depois dela, seria um artefato de valor. Caro? Com certeza. Místico? Apenas para Luke. Tom, como um bom astrônomo, não acreditava nessas bobagens místicas. O mundo era como era, e se a ciência não comprova, não existe.    Com o coração na boca, Luke segurou a manivela e tentou girá-la.     Click.    A manivela girou até o final e as travas da porta se soltaram. Os dois se olharam extremamente apreensivos. Seu coração batia tão forte que o som exterior foi abafado pelo som do sangue passando em seus ouvidos. Com uma calma meticulosa, apesar das mãos tremendo de êxtase, Luke puxou a portinhola. Que rangeu como uma porta velha, agarrou em alguns pontos, mas começou a abrir.    Uma lufada de ar surpreendentemente limpo e gélido os encontrou. Tom tremeu, mas não foi o ar, foi a expectativa. Não acreditava que ali poderia haver algo que pudesse ser classificado como paranormal, mas não podia negar que aquele suspense dava ares a sua imaginação. Quando pequeno queria ser astronauta. Quando criança se viu no meio da corrida espacial e sempre quis ser um dos astronautas a pisar na lua. Àquela altura, com a Guerra Fria imperando no mundo, o que ele havia conseguido era estudar física e se especializar em astronomia, e era muito feliz com isso. Ele tinha certeza de que um dia ainda poderia se tornar um astronauta. Apesar de que…    - Puta. Que. Pariu.    Luke o tirou de seu devaneio ao expressar todo o seu espanto com o que encontrara após atravessar a portinhola. Ele já estava de pé.    O que ele viu foi algo que não conseguiria botar em palavras, mesmo após anos. A primeira impressão que teve do lugar o remeteu a um hospital. Era claro. Branco. Luzes fortes simulavam a luz do dia e ele ouvia sons que pareciam de aparelhos hospitalares, sem contar o cheiro de éter, o famoso “cheiro de hospital”. Olhou ao redor e notou que estava em um ambiente totalmente diferente da caverna de onde veio.    O lugar parecia um galpão, com um pé-direito de pelo menos 10 metros de altura. À sua direita havia uma bancada feita de um metal extremamente polido e limpo, de bordas circulares. Acima dessa bancada haviam pequenos aparelhos eletrônicos que pareciam computadores de mesa, mas portáteis. Na tela havia um mostrador de algo que provavelmente eram batimentos cardíacos, enquanto em uma outra tela havia um mostrador de temperatura corporal e índice de oxigenação, além de um contador.    À sua esquerda ele viu cabos grossos saindo da parede, como uma fiação interna. Acima de onde saíam esses cabos parecia haver um telão. Uma grande televisão com uma tela plana nunca antes vista por ele. Tudo naquele lugar era altamente tecnológico, uma tecnologia que ele nunca havia visto pessoalmente, mas imaginava que pudesse ser proveniente de operações altamente secretas do governo. Mas o que o deixou petrificado foi o que estava à sua frente.     Seguindo os cabos ele olhou para o meio da sala. Ele sabia que Tom, agora ao seu lado, também estava parado olhando, aterrorizado. Primeiramente ele pôde reparar uma caixa metálica de cor prateada, mas que parecia feita de bronze, a julgar pelo brilho. Na face de frente para eles havia um desenho composto por pequenos pontos em alto relevo, mas ainda não foi isso que os assustou.    Ali havia um homem.     Ali havia um homem desacordado preso por fios tão finos que eram invisíveis para os olhos dos dois. Sua posição lembrava a do Homem Vitruviano, famoso desenho de da Vinci. Seu corpo estava firmemente preso no ar, com os pulsos e a cabeça pendendo, imóvel. Abaixo dele havia uma base circular, onde se ligavam os cabos. A base emitia uma forte luz violeta, que iluminava o corpo do homem de baixo para cima, conferindo a ele um aspecto assombroso e bizarro. O homem estava com os cabelos castanhos desgrenhados compridos e uma barba grande, por fazer. E estava nu.    - Meu Deus – A voz de Luke tremia tanto quanto seu corpo. – Que porra é essa?    - Coma Berenices – Tom falou, com a voz trêmula. Ao notar a indagação no rosto de Luke, ele continuou – Aquele desenho, na caixa… é uma constelação. Constelação de Coma Berenice.    Luke sentiu um choque ao ouvir as palavras de Tom. Ele reconhecia aquilo. Será possível que aquele homem à sua frente fosse…    - LUKE!    Tom puxou o braço de Luke, virando-o para a esquerda. No telão, antes apagado, agora havia uma imagem.    Na imagem podia-se ver alguém ajustando o foco de uma câmera, apoiada sobre alguma superfície parecia mais alta que o chão. O homem se afastou de costas para a câmera. Suas roupas estavam rasgadas e sujas. Pela percepção dos dois, ele estava no meio de escombros. O homem caminhou lentamente até uma distância pré-determinada, se ajeitou e virou para a câmera. Ao ver seu rosto, Luke e Tom deram um passo para trás. Era o próprio Luke.    - Luke, Tom – O homem do vídeo disse, como se olhasse diretamente para os dois. Sua voz misturava cansaço com algo que parecia medo. Estava trêmula. Ele estava exausto, magro, com a barba grande e sujo. – Ouçam com atenção.    Tom estava assustado. Ao mesmo tempo que o homem naquele vídeo era Luke, ou pelo menos uma versão aparentemente mais velha e cansada dele, ele não era o mesmo Luke que estava do seu lado. Seu companheiro esteve praticamente 24 horas por dia com ele nos últimos anos e ele nunca o havia visto assim. Alguma coisa estava errada, e pela expressão do Luke ao seu lado, nem ele sabia. O vídeo continuava.    - Você não me conhece Luke – O Luke do vídeo falou, com um sorriso sem graça. – Jesus, é até estranho falar isso. Você não me conhece, mas eu conheço você. Eu SOU você. Ou pelo menos vou ser, daqui a 20 anos.    Tom tremeu e Luke sentiu. Alguma coisa estava errada ali. Aquele homem moribundo era realmente Luke. Mas nada se encaixava.    - Não tenho mais tanto tempo pra falar – Em meio a tosses e escarradas de sangue, o Luke do vídeo continuava falando. – Estamos em 1990, mas não sou dessa época. Lembro-me como se fosse hoje do momento em que abri essa porta e entrei nesse mesmo lugar onde vocês estão agora. Foi uma euforia total, finalmente Tom e eu tínhamos achado o artefato místico…    Luke apertou com força a mão de Tom. Ambos estavam com medo.    - Mas a euforia não durou tanto tempo. – Ele tossiu, tentando tapar a boca, mas não foi suficiente para impedir o sangue de espirrar por seus dedos. – Nós… fizemos tudo que pudemos.    “Retiramos o homem dos fios, os mesmos que vocês veem agora. O levamos pra nossa casa e cuidamos dele. Ele era nosso achado. Ele e a urna. Por um tempo tudo ficou bem, ele não sabia muito sobre si mesmo, estava meio confuso, dizia que não pertencia ao nosso mundo e que precisava voltar pra casa, mas não sabia dizer onde era sua casa. Tentamos ajudá-lo por muito tempo, mas depois de dois anos foi quando tudo aconteceu…     Exatos dois anos depois de o encontrarmos inconsciente na caverna, ele pirou… acordou com habilidades que não podíamos compreender, nem aceitar. Era capaz de fazer coisas que nenhum ser humano deveria fazer…” Ele parou, limpou uma lágrima que escorria pelo canto de seu olho direito e sorriu. “Tom sempre foi mais cético. No início ele achava que estávamos alucinando, ou que talvez aquilo fosse algum truque de mágica, mas não era. Tudo o que ocorreu a partir dali foi caos e destruição.    Junto com suas habilidades ele mudou sua personalidade. Tornou-se mais cruel que qualquer homem que eu já havia visto. Cessou todo tipo de comunicação verbal com a gente e sumiu de nossas vidas, de um dia pro outro. Simplesmente se foi. Só ouvimos falar dele de novo em 1994, quando ouvimos uma notícia dizendo que um acidente nuclear de origem desconhecida tinha destruído toda uma cidade no interior da Rússia, que para vocês ainda se chama União Soviética”.    Luke e Tom se olharam. Aquele homem no vídeo, que era exatamente igual a Luke e dizia ser Luke falava de coisas que ainda não haviam acontecido. Tinha previsões bizarras para um mundo que eles ainda não haviam vivenciado. Um calor percorreu o corpo de Tom por começar a cogitar que tudo aquilo poderia ser verdade. Que todas suas crenças, ou descrenças, poderiam estar sendo postas em xeque naquele momento. Aquele homem no vídeo era claramente Luke. Mas o que seria aquilo tudo? Uma pegadinha? Ao seu lado, Luke parecia mais assustado ainda, e ele nunca conseguiu disfarçar emoções muito bem. Definitivamente o pavor era real. O que significava que aquele Luke talvez realmente viesse de uma outra época. Era possível? O Luke do vídeo continuou:    “A mídia divulgou que foi um acidente nuclear, mas sabíamos o que havia acontecido. Era ele. Ele havia começado a demonstrar todo o seu poder perante o mundo, de maneira descontrolada. Não foram necessários mais que 10 anos pra que pelo menos dois terços da população mundial fosse destruída”. Ele tremeu e começou a chorar. Tom e Luke, do presente, também tremiam. Ouvindo atentamente e em silêncio. “Haviam boatos de que outras pessoas com poderes tentaram impedir a destruição. ‘Cavaleiros’, foi a palavra usada. Mas nada surtiu efeito. A cada ano que passava ele ficava mais cruel e mais forte. Tom, eu e alguns amigos vivemos no subsolo de 2005 a 2009, apenas comendo produtos enlatados e de vez em quando coisas estragadas. Estávamos vivendo num planeta pior do que em Mad Max. Não havia mais governo, não havia sequer anarquia. Mas diferente de tudo o que imaginamos, as pessoas se uniram. Todas se uniram para sobreviver a ele, que espalhava destruição e caos em todos os lugares pelo qual ele passava. Até que…”    O homem não se conteve e começou a chorar copiosamente. Foi até a câmera e cortou o vídeo. Um segundo depois o vídeo voltou e ele parecia mais tranquilo, sentando-se de novo no meio daquele monte de pedra fracamente iluminado pela luz da câmera. Ele se recompôs e continuou.    “Até que o pior aconteceu. No meio de 2009 já não tínhamos mais nada, precisávamos sair pra buscar mantimentos. Então resolvemos sair e respirar o ar da superfície, e ele estava completamente limpo. Anos sem a presença de humanos em excesso e o planeta estava se recuperando, olha que ironia. Um ser que destruiu a humanidade salvou o planeta Terra.    Mas nem isso foi capaz de salvar o meu mundo. No primeiro dia de procura, demos de cara com ele. Era como se ele estivesse nos vigiando esse tempo todo, apenas esperando que saíssemos. E lá estava ele, flutuando no céu, usando uma armadura que parecia ter saído de um filme futurista. Ele estava encarando a gente”. Ele parou e limpou outra lágrima. Sua tosse havia parado, mas ele estava claramente definhando, estava mais fraco do que no começo e já não conseguia mais abrir os olhos direito. “Ele nos encontrou e… Deus… eu fui o único que saiu vivo dali. Sei que você não deveria ouvir isso, Tom, mas você não sobreviveu, e minha maldição foi ver você morrendo”. Tom começou a chorar, Luke o abraçou. “Tudo ali aconteceu muito rápido, a sua raiva parecia tão grande que no momento em que liberou todo o seu poder, tudo ficou escuro. Era como… era como se eu tivesse perdido a visão, mas eu ainda sentia, ainda estava consciente. Senti como se algo me puxasse com uma força absurda, e eu desmaiei.    Quando acordei estava sem roupa, num lugar que eu conhecia muito bem. Era uma praia na Noruega. E… não era em 2009. Levei tempo pra me acostumar e perceber o que havia acontecido e, de alguma forma, havia voltado no tempo… Acreditem, eu havia voltado no tempo. Alguma anomalia decorrente da habilidade daquele monstro me fez voltar, mas eu sei que em algum lugar no fundo daquela alma distorcida, ele desejava me trazer de volta pra impedir que ele fosse salvo por mim… E é isso que estou fazendo agora…    Quando voltei era 1989 e eu lembrava perfeitamente de tudo o que havia acontecido comigo a partir dali. Tudo o que estava acontecendo com você, no caso… por vezes estivemos próximos um do outro, mas eu nunca pude me apresentar a você. Tom uma vez me disse que se alguém voltasse ao passado, a pior coisa que poderia fazer era encontrar a si mesmo, ou aos seus pais, pois isso poderia apaga-lo completamente da existência… ele sempre foi mais inteligente que eu…” Ele sorriu, com um brilho nos olhos que poderia ser lido como saudade. “Não sei se ele estava certo, mas preferi não arriscar, então dei um jeito de juntar um dinheiro para sobreviver, apostando em pequenas loterias e resultados de jogos em outras cidades, coisa que eu sempre gostei de fazer, mas com a diferença de que agora eu lembrava de alguns resultados. Depois de algum tempo vim pra cá”. E foi então que eles perceberam que o Luke do futuro estava no mesmo lugar que eles estiveram há pouco. Atrás dele não haviam escombros, haviam rochas. Ele estava dentro da caverna naquele momento, do lado de fora de onde eles estavam agora. “Estranho, né? Eu estou aqui onde eu já estive há 19 anos e onde eu estarei daqui a alguns meses. Nada disso parece ter sentido, mas enfim… aqui estou eu, gravando um vídeo no meu leito de morte. Estou fraco, com fome e machucado. Fazer esse percurso sozinho foi extremamente arriscado, mas foi um preço a se pagar para poder avisar a vocês. Me escutem: vocês precisam desligar os aparelhos. Desliguem tudo o que puderem e matem esse homem que se encontra na sua frente! Por favor! ”    Tom deu um passo para trás, completamente assustado. Teve o ímpeto de correr para os computadores e retirá-los das tomadas, mas Luke segurou seu braço, fazendo um sinal para ele esperar.    “Meu tempo está acabando, mas o de vocês não. Vocês podem mudar o mundo de vocês. Estou muito fraco pra poder destruir o lugar e muito provavelmente tudo o que vou conseguir fazer é jogar a câmera fora e acoplar essa fita em algum desses computadores, e se tudo der certo vou conseguir programar a hora exata pra essa fita tocar. A hora exata em que eu estive aqui pela primeira vez, há 20 anos, e a hora em que vocês estão aí agora… Por favor, destruam tudo o que puderem e não tentem procurar pelo meu corpo. Esse monstro provavelmente se alimentará dele, mesmo inconsciente. É assim que ele faz.     Eu não sei explicar muito bem, mas com certeza quando vocês chegarem, a portinhola vai estar desgastada, assim como estava quando eu cheguei da primeira vez. É como se o tempo aí fora passasse de uma forma diferente, ao mesmo tempo que não passa. Metais são corroídos e pedras sofrem erosão, mas o calendário segue normalmente, é alguma outra anomalia, como Tom gostava de falar…” Ele já não tinha mais forças, estava claramente morrendo. “Por favor, façam isso. Salvem o futuro de vocês. Eu confio em você, Tom. Eu sempre amei você. E confio em você também, Luke, afinal eu te conheço mais do que ninguém. Estejam juntos, sempre”.    E ele desligou a câmera, parando o vídeo. Tom e Luke estavam estupefatos, ainda tremendo. Nenhum dos dois acreditava no que estava acontecendo ali, mas eles não tinham tempo para pensar. Se o fato de salvarem aquele homem realmente traria o fim do mundo deles, eles deveriam mata-lo. Era uma escolha óbvia, ainda que estranha. Mas como poderiam matar um homem que ainda não fez nada simplesmente baseados na premissa de que ele viria a fazer algo no futuro? Se Hitler tivesse morrido ainda criança, nada daquilo teria acontecido? Ou o universo simplesmente conspiraria para que outra pessoa fizesse no lugar dele? Eram muitas indagações, mas nenhuma vinha ao caso agora.    - Espera – Luke parou no meio do caminho em direção ao homem. – E simplesmente formos embora e o deixarmos aí? Não estaríamos salvando nem matando ele, parece algo sensato a se fazer.    - Não sei se vai dar, Luke – Tom estava visivelmente abalado, apontando para um dos computadores, mais precisamente para o contador em contagem regressiva. – Se aquele contador estiver certo, temos duas horas até que alguma coisa aconteça. Acredito que o que vai acontecer é que daqui a duas horas os aparelhos podem soltar esse homem… a gente precisa parar isso.    Tom relutava em dizer essas palavras, mas seu cérebro voltado para as ciências exatas o impediam de pensar o contrário. Eles tinham que desligar todos os aparelhos e matar aquele homem enquanto ele ainda não havia descoberto seus poderes. E foi o que fizeram. Ou o que tentaram.    Tom correu para retirar os aparelhos da tomada enquanto Luke correu na direção do homem, com a intenção de retirá-lo dos fios, que ele percebeu serem cabelos imensos, quando chegou mais perto, mas naquela altura, isso era o menos estranho. À medida que Luke tentava arrebentar os fios, Tom puxava o primeiro computador da tomada, o que marcava os batimentos cardíacos. O coração dos dois estava acelerado e eles estavam cheios de adrenalina, mal conseguiam pensar direito.    No momento em que Luke conseguiu abaixar o corpo do homem, ele o deitou na plataforma, que ainda emitia a luz violeta e começou a tentar enforcá-lo. Suas mãos tremiam, nunca havia matado ninguém na vida, mas as circunstâncias eram extremas. Ele não queria morrer, e não queria que Tom morresse na frente dos seus olhos. Faria qualquer coisa para impedir isso. Qualquer coisa para impedir que seu mundo fosse destruído. E ele fez.    Toda a sequência aconteceu num piscar de olhos, mas pareceu ser uma eternidade para Luke. No momento que Tom puxou a segunda tomada, um curto circuito geral aconteceu no local e todas as luzes, com exceção da plataforma violeta, se apagaram. O local ficou tomado por aquela luz e ficou extremamente sombrio. Naquela escuridão Luke só pôde ver uma coisa. O homem abriu os olhos. Ao mesmo tempo, Luke foi jogado para longe por uma força que não sabia de onde vinha. Bateu fortemente com as costas no chão, enquanto via o homem se levantar numa velocidade espantosa, com os olhos cheios de uma expressão que ele pôde identificar muito bem. Era ódio.    Luke olhou para o lado e viu Tom começar a correr na direção do homem e tentou impedi-lo gritando seu nome, mas nada saiu de sua garganta. Sua glote estava se fechando como se estivessem o enforcando, mesmo que não houvesse nenhuma mão a redor dele. Ele viu que o homem estava com uma mão estendida em sua direção, enquanto levantava a outra na direção de Tom, que deliberadamente corria com os punhos cerrados.     Quando Tom chegou mais perto do homem, Luke viu o que nunca queria ter visto. O homem fechou o punho que havia estendido na direção de Tom e, ao mesmo tempo, a cabeça de seu companheiro simplesmente implodiu. Massa encefálica e sangue foram jogados para todos os lados enquanto o corpo sem vida de Tom caía no chão como um saco de batatas, espirrando sangue pelas artérias do pescoço. Os olhos Luke ficaram vidrados e ele tentou se debater a todo custo, tentando evitar a morte iminente, mas não tinha o que evitar. Tentou se levantar, mas algo o prendia ao chão, como uma força invisível. Como se a gravidade daquele lugar tivesse aumentado.     Seus olhos se encheram de lágrimas. Ele havia visto Tom morrer. Tom nem mesmo se dera conta do que aconteceu com ele. Morreu sem saber que a morte havia chegado. Diferente de Luke, que via a morte chegando. Sua visão começava a ficar turva enquanto ele via o homem caminhando em sua direção. Sob aquela luz violeta, o homem parecia um demônio, em seu rosto ele pôde ver um ódio acumulado por anos, ainda que não soubesse de onde vinha toda essa emoção. Em seu rosto ele pôde ver um homem com o desejo de matar e com um brilho de satisfação enquanto via alguém desfalecendo na sua frente. Em seu rosto ele achou ter visto um leve traço de culpa e arrependimento, mas não viveu o suficiente para confirmar isso.    Toda a situação se passou como um flash para aquele homem e quando ele deu por si, estava diante de dois corpos. Não se lembrava como havia chegado ali, não sabia onde estava, nem o que havia acabado de acontecer. Os fatos eram que o local estava desativado, ali haviam dois corpos e ele provavelmente os havia matado. E ele estava nu.     - Eu… - ele procurava palavras para falar. Sua garganta estava seca e seus pulmões doíam a cada a vez que respirava. Olhou para suas mãos, em seu braço esquerdo notou uma cicatriz imensa, que não sabia a origem. Sentia um poder adormecendo internamente e não conseguia recuperá-lo. Talvez fosse isso que havia matado os dois homens? – O que sou eu?    Sua mente estava confusa. Sua cabeça doía como se tivesse sido acertado por um objeto pesado, com uma força tremenda. Ele não sabia dizer que tipo de objeto era, mas tinha vagas intuições de que era algo onde as pessoas entravam, como um veículo? Olhou ao seu redor procurando reconhecer algo e apenas uma coisa chamou sua atenção.    - Coma… Berenices.    Ele conhecia a urna. Tinha certeza do que era aquilo e sabia que aquilo pertencia a ele. Mas por que ele deveria usar aquilo? E mais, por que aquela urna estava ali ao lado de onde ele, muito provavelmente, estava preso? E por que ele estava preso, afinal? Ele sabia que devia encontrar essas respostas, mas primeiro precisava se situar. Precisava sair daquele lugar. Precisava saber que ano era aquele e o que estava acontecendo ali. Precisava saber quem eram aqueles dois homens que ele, aparentemente, havia acabado de matar, e por que havia feito aquilo? Mas antes de tudo, ele precisava saber seu nome.    Procurou algo familiar ao seu redor, além da urna. Ele não entendia aqueles equipamentos, todos estavam apagados, isso significa que provavelmente estavam desligados. Aquela luz violeta também não ajudava a ver o ambiente. Olhou calmamente os aparelhos um por um, procurando algo que pudesse identificar. Até que avistou algo.Uma escrita. E ele entendia os caracteres, as letras lhe eram familiares e estavam escritas na parte de cima de um dos computadores, que ele também não sabia o que eram.
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- L…E…D… - Sua mente divagava. – Eu sou Led, cavaleiro de Coma Berenices.
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Mensagem por The Saint Seg Set 25, 2017 3:34 am



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LED-720MS

O poder desconhecido



Rapaz...
Mal sei por onde começar.
De primeira vista, com várias linhas e parágrafos na ficha, pensei que seria uma leitura cansativa ou tediosa. Mas, a cada nova palavra, a cada nova informação que essa história rica em detalhes mostrou, eu me sentia mais instigado a ler ela por completo. Não só foi uma leitura tranquila, mas prazerosa. Fichas geralmente têm como propósito explicar e responder tudo sobre o personagem principal(o player), mas sua ficha, na verdade, nos enche de dúvidas e curiosidade sobre Led. Me tomou completamente para o mundo de Tom, Luke, e o Homem que lá estava.
Senti os sentimentos e o peso da história.  Irei acompanhar sua ficha de perto.
Bem vindo, LED de Coma Berenice.
Sua ficha está Aprovada!



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